sexta-feira, 28 de abril de 2023

As crianças dos anos 40 queriam o Capitão Marvel infantil?

 Bom, esse post não tem intensão de inflamar os fãs e nem causar polêmica, afinal gosto é gosto e não se discute (mesmo se for duvidoso 😂). Mas, a tentativa da DC Comics de infantilizar forçadamente e desnecessariamente o Shazam (principalmente na fase Novos 52 e Renascimento) é um erro tremendo. Fotos de Internet.

 O personagem clássico (Fawcett) tinha um lado infantil, mas também tinha um lado adulto. Billy Batson era responsável, investigativo e muito intuitivo. Claro que suas aventuras eram cômicas, mas inicialmente não eram, elas eram mais sérias. Depois de 1941, as aventuras foram ficando cada vez mais divertidas, despretensiosas, e cômicas. Mas, ainda o herói agia como adulto na maioria dos casos. As coisas engraçadas que o herói fazia era tomar susto, ficar tímido perto de mulheres, tomar torta na cara, chute na bunda, escorregar e coisas do tipo.

 A Fawcett produziu uma aventura do herói onde ele agia como uma criança, e as crianças não acharam graça e pediram pra ele agir como alguém do tamanho dele (adulto). É claro que eram outros tempos, mas isso mostra como os fãs do herói o enxergavam nessa época. Na aventura o herói recebeu várias críticas de seus fãs, e ele então, acabou tentando agradar a todos, e não conseguiu. A moral da estória era mostrar que devemos ser nós mesmos apesar das críticas. Na carta que o Capitão Marvel recebeu reclamaram que ele era velho, então, ele decidiu agir como jovem. As crianças não gostaram. Há outras situações engraçadas nessa aventura. Essa estória é uma daquelas ligadas ao público e ao fã clube do personagem. A Fawcett sabiamente produzia estórias onde o público consumidor interagia com o herói através de ideias, código secreto e etc. 

Na Whiz Comics #45 de 1943, o herói agiu como infantil e a criançada não gostou nada.

 Os fãs de hoje não são os mesmos de décadas atrás, mas mesmo assim a ideia de um herói agindo como um bobo que possui a sabedoria de Salomão não faz sentido algum no mundo de hoje. Ainda mais, num tempo onde heróis violentos e sem muito escrúpulos fazem sucesso. É obvio que um herói inocente e puro é complicado para se adaptar hoje, mas há outras alternativas. O Shazam de Geoff Johns não é ruim, mas está longe do personagem clássico, e deve ser encarado como outra versão do herói, outra releitura.

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