Em Fevereiro de 1940 estreava Whiz Comics #2

 A exatamente 84 anos atrás a icônica Whiz Comics #2 estreava nas bancas dos Estados Unidos. A revista que apresentava o Capitão Marvel ao mundo foi um sucesso comercial, vendendo 500 mil cópias já no primeiro número. Fotos de Internet.

 A capa trás o Capitão Marvel jogando um automóvel na parede onde bandidos se chocam na mesma. A arte é estonteante e ao mesmo tempo graciosa.

Capa original da Whiz Comics #2 de 1940.

 A revista provavelmente foi as bancas em Dezembro de 1939, pois Fevereiro de 1940 é a data da retirada da mesma dos estabelecimentos. Porém, a data de capa é usada como identificação.

 A capa da Whiz Comics de estreia possui certas semelhanças com a icônica capa da Action Comics #1 de 1938. A semelhança é óbvia: o Superman era um tremendo sucesso e a Fawcett queria um Homem de Aço próprio. Até meados dos anos 90, a Whiz Comics #2 era uma das revistas mais caras de se colecionar, porém com o passar do tempo a mesma ficou muito atrás da Action Comics #1, Superman #1, Detective Comics #27, Batman #1, Captain America #1, e Marvel Comics #1.

Parte da revista Wizard Comic Book Price Guide Annual de 1995. A Whiz Comics #2 era a 5º revista mais cara (valendo $45,000 mil dólares, enquanto Action Comics #1 e Detective Comics #27 valiam ambas $125,000 mil dólares, Superman #1 valia $80,000 mil dólares, Marvel Comics #1 valia $70,000 mil dólares, Flash Comics #1 valia $50,000 mil dólares). Nesse período, Whiz Comics #2 valia mais que Captan America Comics #1 ($40,000), Detective Comics #1 ($40,000), Batman #1 ($40,000) e Amazing Fantasy #15 ($18,500).

 Mas, seu legado e importância permanece vivo até hoje. A série Whiz Comics foi a 2° revista da Fawcett que mais vendeu, perdendo apenas para a série solo Captain Marvel Adventures. Um cartaz promocional da Whiz Comics #2 de 1939 foi enviado a algumas bancas pouco antes do lançamento da revista, o falecido colecionador Don Maris era dono de uma dessas artes promocionais, hoje são extremamente raras.

Propaganda da Whiz Comics de 1939 enviado as bancas anunciando o lançamento da revista. Acervo pessoal.

 Uma curiosidade: o raio no peito do Capitão Marvel foi erroneamente pintado de vermelho na edição original de 1940, a DC depois corrigiu esse erro, colorindo de dourado.

Pagina original da Whiz Comics #2 de 1940, note a insígnia do raio colorido de vermelho.

Pagina original da Famous First Edition da Whiz Comics #2, a cor do raio foi corrigido pela DC. 

Em Shazam Archives v1 #1, a DC manteve a correção.

Em Whiz Comics #2 da Millennium Edition, a DC continuou com a correção da cor do raio.

 Além do Capitão Marvel/Billy Batson, o Sr. Morris, o Dr. Silvana, o mago Shazam, o tio do Billy Batson (Ebenezer Batson), o Íbis e a princesa Taia, o Flecha Dourada (Golden Arrow), o Derruba-Espião/Alan Armstrong (Spy Smasher), o Máscara (The Mask), o Gyrosub, o Scoop Smith, o Bob Lance (Lance O'Casey), o Sr. Hogan, e o Dan Dare, também fizeram suas estreias.

 A Whiz Comics #2 está em domínio público.  

 Para republicações da Whiz Comics #2 veja: https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2022/08/a-whiz-comics-2-e-suas-reimpressoes.html e https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2023/05/a-dc-relancou-as-revistas-whiz-comics-2.html.

O 1° título solo do Capitão Marvel no Brasil

 Em Janeiro/Fevereiro de 1955 era publicado no Brasil pela RGE o primeiro título solo do "Mortal Mais Poderoso do Mundo": Capitão Marvel Magazine.

A primeira revista solo do Capitão Marvel no Brasil de Janeiro/Fevereiro de 1955. Acervo pessoal.

 Nesse período, a Fawcett já tinha desistido do departamento de quadrinhos, depois de ser processado pela National (DC na época) e devido a declínio de vendas. No início dos anos 50, as vendas das revistas de super-heróis estavam em baixa e muitas editoras fecharam as portas com diversos títulos cancelados. Era a época da perseguição aos quadrinhos pelo senado americano.

 A revista nacional do herói é em preto e branco, com 68 páginas no formato americano de 18 x 26 cm, com cinco aventuras do Capitão Marvel, a saber: "Capitão Marvel Destrói A Terra!", "Capitão Marvel Contra O Tigre Ameaçador!", "Capitão Marvel Contra O Gênio Do Mal!", "O Sósia Do Capitão Marvel!", "Capitão Marvel Conquista A Montanha Invencível!".

 A capa da RGE foi redesenhada da revista americana Captain Marvel Adventures #115, de Dezembro de 1950.

Captain Marvel Adventures #115.

 Para maiores informações sobre a estreia oficial do Capitão Marvel no Brasil leia aqui:  https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2023/06/a-estreia-do-capitao-marvel-no-brasil.html.

O 1º título solo da Família Marvel no Brasil

 A Família Marvel teve seu 1º e único título solo, no Brasil, publicado em Dezembro/Janeiro de 1954 pela editora RGE ("Rio Gráfica Editora") que foi intitulado "Marvel Magazine". Fotos de Internet.

Marvel Magazine #1 de 1954.

 A revista era no tradicional formado americano (18 x 26 cm), em preto e branco, com 68 páginas ao todo. A revista trazia aventuras da Família Marvel (do título Marvel Family), do Capitão Marvel (do título Captain Marvel Adventures), Capitão Marvel Jr (do título Captain Marvel Jr e Master Comics) e Mary Marvel. Quando a Fawcett encerrou seu departamento de HQs, O Globo passou a publicar aventuras do Jack Marvel e Jack Marvel Jr (Marvelman e Young Marvelman) pra suprir a demanda e tapar o buraco. Era o mesmo que a editora Britânica L. Miller & Son estava fazendo em relação aos Marvels na terra da rainha. L. Miller & Son criou Marvelman e Young Marvelman para substituir a Família Marvel.

 

O 1º título com o nome "Shazam" no Brasil

 O Capitão Marvel foi publicado no Brasil a partir de 1943 pelo O Globo, depois o personagem ganhou títulos relacionados como: Shazam! (pelo O Globo), e depois Marvel Magazine e Capitão Marvel Magazine (ambos pela RGE que era das empresas O Globo a partir de 1954). O Globo querendo publicar quadrinhos separados do jornal não podia usar o nome "Globo" como editora, pois já havia uma com mesmo nome registrado, por isso surgiu a "Rio Gráfica Editora" cuja sigla era "RGE" em 1952, então em 1986, a editora RGE se torna editora Globo, pois a família Marinho adquiriu a concorrente, e assim pode usar o nome. Fotos de Internet.

 A primeira revista com o título "Shazam!" no Brasil foi publicado em Janeiro de 1949, a revista trazia aventuras do Capitão Marvel e outros personagens (mas, que nem sempre eram aventuras do Mortal Mais Poderoso do Mundo). Depois, a editora Ebal, a editora Abril e a Panini usaram "Shazam" como título de suas revistas.

Capa de Shazam! nº 1 de O Globo de 1949. Fonte: Guia dos Quadrinhos.

  A revista é no formado americano, ou seja, 18 x 26 cm, em preto e branco, e com 68 páginas. 

Os seis deuses de Shazam explicados na Fawcett

 A maioria dos leitores tendem erroneamente comparar os personagens da Fawcett com a mitologia, dizendo que os doadores do poder do Capitão Marvel eram deuses, semideuses e um profeta. Na Fawcett, os seis personagens (Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles, Mercúrio) do anagrama eram considerados imortais, pois não seguia o modelo do mundo real, era apenas inspiração, ficção. Com o tempo, eles passaram a serem chamados de "Elders (Anciões)", mas na Fawcett, eles viviam no Monte Olimpo sob tutela do mago Shazam (que era o líder deles). Fotos de Internet.

 A Fawcett produziu um mini resumo dos seis personagens nas paginas da revista Whiz Comics que foi do número 25 até o número 30 que foram publicadas entre 1941 e 1942, explicando a inspiração por trás do mago. Nas paginas da Whiz Comics é comentado a origem conhecida dos personagens, no caso: mitos e bíblia.

Em Whiz Comics #25 de 1941 começou a ser explicado a origem da palavra Shazam e seus personagens envolvidos. O primeiro é Salomão, o "S" da palavra que representa a sabedoria. O intelecto de Salomão era tal que ele podia controlar demônios.

Em Whiz Comics #26 de 1941, Hércules foi o segundo, porque o "H" representa ele, a sua força colossal. Segundo uma profecia mitológica, Hércules gozaria de força soberana ao nascer, algo que se cumpriu, ele era capaz de derrotar deuses.

Em Whiz Comics #27, o Atlas foi o terceiro, pois representa o "A", a resistência, o vigor incansável. Atlas foi um formidável inimigo dos Olímpicos na guerra dos Titãs.

Em Whiz Comics #28, é apresentado um pouco sobre Zeus, o mais poderoso dos deuses, que representa o "Z". Zeus era temido e seu raio era capaz de incinerar e reduzir em cinzas até deuses.

Em Whiz Comics #29, foi contado sobre Aquiles, o mais bravo dos semideuses, que representa o 2º "A" no anagrama. Segundo uma profecia mitológica, Aquiles estava destinado a ser um grande guerreiro e maior que seu pai, então, os deuses fizeram sua mãe imortal casar-se com um mortal para não oferecer perigo aos deuses.

Em Whiz Comics #30, é narrado sobre Mercúrio, o mais veloz dos deuses, que representa o "M" no anagrama. Mercúrio era extremamente inteligente, astuto, mudava de forma e compreendia magia e encantamentos.

 Mitologicamente temos: Salomão, um profeta humano com sabedoria divina dada por Yhwh (Deus); Hércules, que era um semideus que depois virou um deus após a morte e era o mais forte dos deuses e homens; Atlas, um titã, que é de uma raça divina anterior aos deuses Olímpicos, ele era bem forte e resistente; Zeus, o mais poderoso dos deuses cujo raio era capaz de fulminar divindades; Aquiles, o semideus que era um exímio guerreiro e destemido; e Mercúrio, mais veloz dos deuses, que tinha grande intelecto.

 Como mencionado acima, na Fawcett, esses personagens viviam no Olimpo, o lar dos deuses:

Em Captain Marvel Adventures #62 de 1946, o herói ficou sabendo da estória de Oggar, que ele vivia entre os deuses doadores dos poderes do Billy e o mago Shazam antes de ser banido.

Em Captain Marvel Adventures #87 de 1948, o herói vai até o Olimpo onde vivem os deuses Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio.

Em Captian Marvel Adventures #150 de 1953, o herói convocou os benfeitores para ajuda-lo e eles são chamados de deuses na narrativa. É incrível como esta aventura foi profética, o Dr. Silvana conseguiu impedir o herói de pronunciar a palavra mágica para se transformar no último número da revista solo do Capitão Marvel, seria coincidência ou uma pista de que o herói sairia de circulação?

 Com isso nós vemos que na Fawcett a estória era outra: não seguia os mitos do mundo real, por isso tentar comparar o universo Fawcett com o mundo real não faz muito sentido. Os nomes dos personagens da Fawcett e os mitos era apenas similar assim como seus poderes, mas com classificação e distinção entre eles. Sacaram?

A Família Marvel pode disparar raios dos olhos?

 Embora, muito incomum, a resposta é SIM, alguns membros dessa poderosa família são capazes de disparar raios (relâmpagos) dos olhos e ser usado para ataque. Durante uma das cenas ocorridas em Crise nas Infinitas Terras, um retcon na verdade, é mostrado uma cena onde o Capitão Marvel desfere raios dos olhos (The Flash vol. 2 #150) no Antimonitor. Fotos de Internet.

Num retcon de Crise Nas Infinitas Terras de 1999 é mostrado, em The Flash v2 #150, o Capitão Marvel usando sua visão relâmpago no Antimonitor ao lado dos super-heróis.

A cena acima foi recontada da cena original de Crisis On Infinite Earths #12 de 1986. Note que o Capitão Marvel não está entre os heróis que disparam raios na versão original.

 No evento Countdown To Final Crisis, a Black Mary foi capaz de disparar raios dos olhos também (Countdown #29), ela estava com os poderes compartilhados do Black Adam nessa época.

Em Countdown #29 de 2007, a Black Mary usando os poderes que o Black Adam compartilhou com ela, a Mary foi capaz de desferir raios dos olhos.

 Recentemente, o Black Adam também foi capaz de tal feito contra o Superman (Justice League Special - Endless Winter #2).

Em Justice League Special - Endless Winter #2 de 2021, o Black Adam disparou relâmpagos dos olhos no Superman. 

 Desse modo, o relâmpago disparado dos olhos da família Marvel é parecido com a visão de calor dos kryptonianos. A Família Marvel pode fazer isso, mas muito raramente usam essa habilidade. 

 Vale lembrar que os Marvels passaram a serem capazes de fazer isso depois que eles foram adquiridos pela DC Comics (aquisição feita em 1991), quando eram da Fawcett eles não tinham essa habilidade, provavelmente porque a casa original do personagem tinha medo de chamar ainda mais a atenção da editora do Superman a qual havia os processado antes.