Os números mais vendidos do Capitão Marvel e dos outros heróis da Era de Ouro

 O Capitão Marvel foi um sucesso comercial avassalador e um rolo compressor na concorrência. Cada edição mensal solo do herói (Captain Marvel Adventures) vendia em média entre 1.300,000 a 1.400,000 cópias durante os anos de 1944 até 1945, enquanto a Whiz Comics vendia cerca de 900,000 cópias no mesmo período. Fotos de Internet.

 No período que a revista solo do herói era mensal, o número 51 foi a mais vendida chegando a marca de 1.384,993 cópias em Janeiro de 1946. A revista Captain Marvel Adventures começou com cerca de 500,000 mil cópias vendidas por número em 1941 e foi subindo gradativamente para cerca de 1 milhão de cópias já no final de 1942. A DC acusou a Fawcett de fazer a revista do Capitão Marvel prejudicar as vendas do Superman e em 1943 a revista do "Mortal Mais Poderoso do Mundo" eclipsou as vendas do Homem de Aço.

No período que era mensal Captain Marvel Adventures #51 de Janeiro de 1946 vendeu 1.384,993 cópias.

Em Janeiro de 1943, a revista Captain Marvel Adventures #19 trazia na capa estampado a frase "Largest Circulation of Any Comic Magazine (A Maior Circulação que Qualquer Revista de Quadrinhos)".

A frase continuou na capa da revista até o #103 de Dezembro de 1949, depois foi retirada.

 Depois de Janeiro de 1946, a revista solo do Capitão Marvel foi perdendo força e começou a cair nas vendas, porque passou a ser vendida quinzenalmente. A grande guerra havia acabado, as HQs estavam perdendo terreno e o congresso americano passaria depois ficar de olho nos super-heróis. Outros gêneros estava chamando a atenção do público como terror e faroeste. As crianças não tinham dinheiro pra comprar a revista do herói a cada quinze dias, e assim começou o lento declínio do Capitão Marvel. A ganância da Fawcett pelos números exorbitantes das vendas mensais do título do Capitão Marvel ajudou a enterrar o personagem aos poucos, porque eles acharam que os números continuariam subindo e não foi o que aconteceu depois da guerra. Foi um erro monumental que custaria muito caro para a empresa.

 A Whiz Comics #70 de Janeiro de 1946 foi a mais vendida chegando a marca de 877,653 cópias. Depois dessa data, a revista também começou a declinar nas vendas.  Em 1940, as 11 edições de Whiz Comics vendeu cerca de 500,000 mil cópias por número. Os números foram subindo aos poucos até 1944, quando teve aumento significativo de vendas.

A Whiz Comics #70 vendeu perto de 900 mil cópias (877,653, o número real das vendas). A Whiz Comics era mensal.

 A revista solo do Capitão Marvel só não vendeu mais entre 1944 e 1945 porque teve dois meses sem lançamento (1 mês em 1944, e 1 mês em 1945, depois teve duas edições bimestral no final deste mesmo ano, totalizando 11 edições publicadas em 1944 e 9 em 1945). A Whiz Comics também ficou 3 meses sem lançamento neste mesmo período (1 mês em 1944 e 2 meses em 1945, tendo duas edições bimestral no final do ano, depois voltou a ser mensal, totalizando 11 edições publicadas em 1944 e 9 em 1945). Lembrando que em 1944, Captain Marvel Adventures vendeu mais de 14 milhões de cópias no ano (com 11 edições publicadas). Um recorde ainda não superado até hoje. Por incrível que pareça, neste período estava faltando papel para impressão nos EUA devido a guerra.

 O Superman que era outro campeão de vendas, teve sua edição solo (que era bimestral) #38 mais vendida em Janeiro/Fevereiro de 1946 com 1.847,276 cópias. Para ter uma ideia clara: em um mês o Capitão Marvel edição solo vendia um milhão e quatrocentas mil cópias de pico e a revista solo do Superman precisava de dois meses pra vender um milhão e novecentas mil cópias de pico. Para modo de comparação: Superman #1 vendeu 900,000 mil cópias em 1939 (500 mil cópias na 1° tiragem, 250 mil na 2° tiragem e mais 150 mil na terceira tiragem). Nos anos da segunda guerra, os super heróis vendiam muito, mas muito bem. Quem diria que Superman #38 venderia mais que a edição #1? Superman #2 também de 1939 vendeu 1 milhão de cópias (850 mil cópias na 1° tiragem, depois mais 150 mil cópias na 2° tiragem). Entre 1939 até 1942, a revista Superman vendeu cerca de 900,000 mil pra 1 milhão de cópias por número.

O Superman #38 de Janeiro/Fevereiro de 1946 é a edição mais vendida do personagem na era de ouro dos quadrinhos com 1.847,276 cópias.

 O Batman teve sua edição solo (também bimestral) #26 mais vendida em Dezembro/Janeiro de 1945 com 1.796,607 cópias. 

O Batman #26 de Dezembro/Janeiro de 1945 foi a edição mais vendida do personagem na era de ouro com 1.796,607 cópias.

 O título solo do Capitão América mensal vendia cerca de 1 milhão de cópias no período do início da 2° guerra mundial (começando em Março de 1941 com a #1). Foi apontado que isso ocorreu por causa do espírito patriótico e os soldados se viam no Capitão América.

O Captain America Comics #1 de 1941 vendeu perto de 1 milhão já no primeiro número.

 A Action Comics vendia cerca de 1 milhão por número também e era mensal. Só lembrando que esses números são arredondados pra facilitar contagem. A Action Comics teve os números de vendas subindo gradativamente graças ao Superman. Os primeiros números tiveram vendas razoáveis, mas foram crescendo rapidamente. Foi no final de 1939 que as vendas dessa revista passou das 500,000 mil cópias por número. A Action Comics #1 vendeu 130,000 mil cópias.

 Outros títulos solos vendiam bem como: Capitão Marvel Jr, Namor, Tocha Humana, Flash e Mulher Maravilha. Claro que não se comparava as vendas de Capitão Marvel, Superman e Batman.

 Só pra relembrar: os números de vendas desse post é sobre a Era de Ouro dos quadrinhos. Porque X-men v2 #1 (1991) de Jim Lee vendeu mais de 8 milhões de cópias, mas era muito por causa das 5 capas variantes, depois os outros números dessa serie não chegaram nem perto disso, embora a série foi um sucesso os números foram caindo (ex: X-men v2 #7 de 1992 vendeu 215.300 cópias). Superman v2 #75 vendeu cerca de 3 milhões de cópias em pouco tempo (terminando na marca de mais de 6 milhões de cópias vendidas no período), os números depois de algum tempo também caíram drasticamente (mas não tão rápido quando a revista dos X-men). A morte do Superman foi um marco na época e tudo relacionado vendeu muito bem (o evento ocorreu em vários títulos relacionados). Acontece que o mercado de quadrinhos estava muito mal nos anos 90, as editoras Marvel e DC apelaram para ter boas vendas por causa de Spawn (cujo #1 de 1992 vendeu 1.7 milhões de cópias e mantendo os números seguintes na casa do milhão, mas depois também caiu) e outros fatores. A Image incomodava tanto a Marvel quanto a DC nas vendas, era uma editora em ascensão.

O Capitão Marvel e alguns feitos "cartoonesco"

 O Capitão Marvel já realizou alguns feitos "cartoonesco" (façanhas surreais do tipo que acontece nos desenhos animados) que foram mostrados aqui no blog (como alterar o rosto de um homem com as mãos nuas sem instrumentos cirúrgicos e transformar um ciclone gigante numa bola minúscula de escombro compacto). Fotos de Internet.

 Mas, o Capitão Marvel da Fawcett tem outros como veremos abaixo:

Em Captain Marvel Adventures #9 de 1942, o herói agarrou Ibac, o esticou e o fez girar e sair voando pelo ar.

Em Captain Marvel Adventures #10 de 1942, o herói agarrou um monstro e o amarrou com seu próprio corpo como se fosse um laço.

Em Captain Marvel Adventures #20 de 1943, o herói golpeou o vilão Atila e ele ficou girando como um pião. 

 Para saber mais sobre outros feitos "cartoonesco" leiam aqui: https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2024/02/o-capitao-marvel-alterou-o-rosto-de.html e https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2023/01/56-quem-fez-primeiro-superman-ou.html.

O encontro do Tocha Humana e o Capitão Marvel

 O Capitão Marvel foi publicado no Brasil ininterruptamente nos anos 50/60, enquanto nos Estados Unidos ele foi encerrado em 1953 com toda sua família Marvel e amigos. O personagem era muito popular aqui no Brasil (além da sua terra natal, Inglaterra, Canadá e Espanha). Fotos de Internet.

 No período que o personagem foi para o limbo devido ao processo movido pela National (DC na época), o Globo depois RGE que era a editora que o publicava aqui, produziu estórias piratas do personagem e numa delas foi feito o crossover não oficial do Capitão Marvel da Fawcett e o Tocha Humana da Timely (Marvel na época).

 No Almanaque do Globo Juvenil de 1964 foi apresentado o encontro dos dois heróis.

Capa do Almanaque do Globo Juvenil de 1964.

Páginas do Almanaque do Globo Juvenil.

 A aventura é do Capitão Marvel e mostra a parceria dos dois heróis como se eles vivessem no mesmo mundo e já se conhecessem. A dupla se une contra o vilão O Cobra. A arte é do Rodriguez Zelis, mas o roteiro é desconhecido até o momento.

 Curiosamente o Tocha Humana teve outro encontro não oficial com o Superman aqui no Brasil. Porém, isso só ocorreu na capa da revista o Globo Juvenil Mensal, mas que na verdade era uma adaptação de uma capa americana.

O Globo Juvenil Mensal #32 de 1943 mostra o Superman e o Tocha Humana de braços unidos.

A capa foi adaptada de Superman #12 de 1941.

 E foi assim que o Tocha Humana encontrou os dois maiores heróis da Era de Ouro. Interessante não? 

A 1° versão maligna do Capitão Marvel e não é o Adão Negro

 É, pode parecer loucura, mas o Black Adam (Adão Negro) não foi a primeira versão maligna que o Capitão Marvel enfrentou. Fotos de Internet.

 A primeira versão maligna que o Capitão Marvel enfrentou de si mesmo foi o Levram (Levram no original, que é Marvel ao contrário) em 1943.

 Essa duplicada maligna surgiu do espelho mágico babilônico, assim que o verdadeiro herói ficou na frente dele, e o demônio Pharnegor o libertou.

 Em Captain Marvel Adventures #23 de 1943, o herói praticamente enfrentou a si mesmo, porém ele não era real de fato, e sim uma aparição devido a magia antiga.

 Curiosamente, essa aventura foi a primeira estória do Capitão Marvel publicada aqui no Brasil (no Gibi Mensal nº 34 em 1943). Para mais informações sobre a estreia do Capitão Marvel no Brasil leiam aqui: https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2023/06/a-estreia-do-capitao-marvel-no-brasil.html.

 A própria Fawcett reaproveitou e readaptou essa história, na nova versão o Levram Oãtipac (Levram Niatpac no original, que é Capitão Marvel ao contrário) era criação do mago Wizzo. A nova versão era mais parecida com o herói e menos demoníaca (as orelhas eram normais!). A nova versão apareceu em Captain Marvel Adventures #139 de 1952. 

Em Captain Marvel Adventures #139, o herói enfrentou a versão readaptada de seu sósia e ainda demonstrou conhecimento mágico.

Capitão Marvel no mini gibi Mighty Midget da Fawcett

 A Fawcett juntamente com a Samuel E. Lowe & Co. lançou mini gibis que podiam ser adquiridos em suas próprias revistas como brindes em 1942. Esses mini gibis eram de seus mais populares personagens até então: Capitão Marvel, Capitão Marvel Jr, Derruba-Espião (Spy Smasher), Homem-Bala, Flecha Dourada, Íbis, Bob Lane (Lance O' Casey), Hércules (Minute-Man), Balbo, Comando Yankee, Sr. Escarlate, e Águia Fantasma (Phantom Eagle). Mary Marvel e Joca Marvel (Hoppy) ainda não tinham sidos criados. Os nomes originais dos personagens estão entre parênteses "()", mas coloquei os nomes de como eles eram conhecidos aqui no Brasil. Fotos de Internet.

 A 1º aventura do mini gibi do Capitão Marvel originalmente foi publicada em America's Greatest Comics #4 de Novembro de 1942. A 2º aventura do mini gibi foi tirada da revista Captain Marvel Adventures #16 de Outubro de 1942. A capa usada neste mini gibi foi tirada da Whiz Comics #22 de Outubro de 1941. As estórias republicadas no Mighty Midget eram em preto e branco com tons de vermelho. Esses brindes foram lançadas em Janeiro de 1943.

 O brinde podia ser adquirida na revista Captain Marvel Adventures #20.

Capa da revista Captain Marvel Adventures #20 de 1943 com o mini gibi incluso e sem.

A capa do mini gibi do Capitão Marvel. Esta capa também estampou a revista Whiz Comics #22, veja abaixo:

Capa da Whiz Comics #22 de 1941 que foi usada no mini gibi Midget (provavelmente essa é a capa mais famosa do herói ao lado da Whiz Comics #2 (1)).

 Esse mini gibi é considerado raro e muito desejado pelos colecionadores da Família Marvel e de quadrinhos da Era de Ouro. O item também não é muito barato. Eu fiz um post sobre a capa da Whiz Comics #22 e pode ser lido aqui: https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2022/09/uma-das-capas-mais-iconicas-da-fawcett.html.

O Capitão Marvel nas tiras de jornais?

 A Fawcett Comics tentou, nos anos 40, aumentar ainda mais o alcance de seu mais popular personagem: o Capitão Marvel. Pra isso, eles tentaram distribuir o personagem para os jornais da época, mas sem sucesso, ele era sempre recusado. Segundo Rod Reed (escritor e editor da Fawcett Comics), isso se devia ao processo movido pela National (DC na época) em 1941, pois ninguém queria problemas com a empresa que já tinha processado também a Fox Feature Syndicate (em 1939 por causa do Wonder Man) e a Republic Pictures (em 1941, por causa do Capitão Marvel ter ficado com a série que seria pra ser do Superman originalmente). Fotos de Internet.

 C. C. Beck e Rod Reed produziram algumas tiras diárias de jornal (simples) do Capitão Marvel entre 1942 pra 1943, que ele nem lembrava mais (nos anos 80), mas reconheceu sua arte. As tiras não tinha crédito, pois seguiam os padrões da política Fawcett da época.

10 tiras diárias do Capitão Marvel produzidas por C. C. Beck e Rod Reed no início dos anos 40, que durante os anos 80 o Beck nem se recordava de ter feito, mas reconheceu seus traços.

 Durante os anos 70, precisamente em 1975, o colecionador de brinquedos e HQs, Don Maris, publicou essas tiras que são consideradas raríssimas. Ele havia dito que iria publicar mais, porém infelizmente isso não aconteceu. O Don Maris faleceu em 5 de Dezembro de 2020 aos 84 anos.

 Essas tiras aparecem também no excelente livro Fawcett Companion: The Best of Fawcett Collector of America de 2001 editado por P. C. Hamerlinck.

 A DC Comics bem que poderia tentar correr atrás desse material para publicar, mas infelizmente eles nunca farão isso.

Íbis podia fazer magia sem o cetro mágico?

 Como todos sabem Íbis, o Invencível, era um dos mais poderosos personagens da Fawcett Comics, pois seu cetro mágico podia realizar praticamente qualquer coisa que seu portador quisesse. Fotos de Internet.

 Embora em muitas aventuras dá a entender que o príncipe egípcio não podia realizar encantos, isso não é verdade, pois em algumas estórias é explicito que ele podia conjurar feitiços sem o objeto mágico. Provavelmente isso não era muito abordado porque senão o herói seria literalmente invencível (olha a referência rs). 

Em Whiz Comics #17 de 1941, o herói invocou Thoth, depois recitou um feitiço sem o cetro com a ajuda do deus.

Em Whiz Comics #49 de 1943 é mostrado que o herói tem conhecimento mágico mesmo sem o cetro. Ele invocou um Elemental e o comandou.

Em Ibis the Invincible #6 de 1948, o herói faz mágica sem o cetro.

 E não para por ai não, o herói da Fawcett tinha conhecimento de ilusionismo que eram exibidos nas paginas da revista Whiz Comics usadas para entreter o leitor. Na revista era como se o herói estivesse ensinando os leitores seus passes de mágica.

Pagina da Whiz Comics #8 de 1940.

Pagina da Whiz Comics #10 de 1940.

Pagina da Whiz Comics #14 de 1941.

Pagina da Whiz Comics #17 de 1941.

 Como podemos ver pelas imagens, o herói da Fawcett podia fazer magia e também ilusionismo. Vale lembrar que por seu cetro ser bastante poderoso, Íbis não precisava recitar magia com frequência, isso ajudava na dinâmica de suas aventuras.

As mudanças no uniforme do Homem-Bala

 O Homem-Bala era um dos mais populares personagens da Fawcett que não era da Família Marvel, embora fosse do mesmo núcleo de super heróis e do mesmo universo. O personagem teve algumas mudanças no seu uniforme ao longo dos anos na Fawcett. Fotos de Internet.

Na sua 1º aparição em Nickel Comics #1 de 1940, o Homem Bala usava um uniforme bem simples.

Em Master Comics #11 de 1940, o herói já usava calça mais justa e não portava mais o lenço no pescoço. A camisa agora cobria os braços.

Em America's Greatest Comics #8 de 1943, o herói apareceu com mais algumas modificações no uniforme: a camisa agora cobria todo o peito. Ele também passou a usar sunga. As mangas tinham um detalhe em dourado.

Na Whiz Comics #106 de 1949, o herói passou a usar luvas.

 Como vimos, o Homem-Bala teve algumas mudanças no uniforme em seu período na Fawcett e isso mostra sua evolução na sua primeira casa.

 Para saber mais sobre a inspiração do uniforme do Homem-Bala leiam o meu post aqui: https://omortalmaispoderosodomundo.blogspot.com/2022/09/a-origem-do-homem-bala-da-fawcett.html

A estreia do Capitão Marvel no Brasil

 Diferente do Superman que estreou em 1938 nos EUA e no Brasil, o Capitão Marvel estreou nos EUA em 1940 e apenas em 1943 no Brasil. Fotos de Internet. A capa de estreia do herói no Brasil é essa abaixo:

Gibi Mensal #34, arte tirada do site Guia dos Quadrinhos.

 A primeira aventura interna dessa revista "O Espelho do Mal" corresponde a estória "The Mirror of Evil" da revista Captain Marvel Adventures #23, que é a 2º na ordem no comic americano. A capa nacional está com as cores erradas, que mais lembra o Superman ou Capitão Marvel Jr.

 A arte nacional foi tirada da revista Captain Marvel Adventures #2 de 1941 e Captain Marvel Coloring Book ambos de 1941.

Captain Marvel Adventures #2 de 1941.

Captain Marvel Coloring Book de 1941.

 É difícil saber porque o herói demorou pra estrear aqui, já que era um sucesso estrondoso nos EUA. É possível que a grande quantidade de heróis que surgiram no período ajudou nisso, porque antes do surgimento do Capitão Marvel já haviam muitos personagens heroicos publicados aqui vindo dos Estados Unidos.

Os Grandes Encontros dos Super-heróis Fawcett

 Hoje é bastante comum o encontro de super-heróis da mesma editora e mesmo de companhias diferentes como no caso do famoso DC vs Marvel Comics/Marvel Comics vs DC, X-men e Novos Titãs, Superman e Homem-Aranha, Liga da Justiça e Vingadores e etc. Mas, nos primórdios das HQs isso não era tão comum quanto hoje, embora houve alguns encontros interessantes neste período: Shield e Wizard da M.L.J. em 1940 (Pep Comics #4/#5 e Top Notch Comics #5), Namor e Tocha Humana da Timely/Marvel em 1940 (Marvel Mystery Comics #8), SJA da National/DC em 1940 (All-Star Comics #3), Homem Borracha e Spirit da Quality Comics em 1943 (Police Comics #23), só pra citar alguns. O Superman e o Batman só iriam fazer parceria nos quadrinhos em 1952 (Superman #76). Obviamente que aqui falo de heróis se unindo por uma causa comum e não especificamente de grupos. Fotos de Internet.

 Porém, isso será focado apenas nos encontros dos super-heróis da Fawcett Comics, eu selecionei as 10 aventuras entre eles que eu considero importantes para este fantástico universo:

1º) Master Comics #21 de Dezembro de 1941, o Capitão Marvel e Homem-Bala uniram forças contra o Capitão Nazista.

2º) Master Comics #22 de Janeiro de 1942, o embate ocorrido entre o Capitão Marvel e Capitão Nazista levou a criação do Capitão Marvel Jr, e depois o último se uniu ao Homem-Bala contra o agente de Hitler.

3º) Mary Marvel #8 de Dezembro de 1946, a Mary Marvel ajudou a Mulher-Bala a capturar seus arqui-inimigos.

4º) America's Greatest Comics #8 de 1943, o Capitão Meia-Noite uniu forças com o Derruba-Espião (Spy Smasher) contra os japoneses e nazistas.

5º) Marvel Family #28 de 1948, o Coelho Marvel Hoppy (Joca) ajudou a Mary Marvel a pedido do Billy Batson.

6º) Wow Comics #9 de Janeiro de 1943, a Mary Marvel teve ajuda do Capitão Marvel, Sr. Escarlate e Pinky.

7º) Whiz Comics #33 de 1942, o Capitão Marvel e o Derruba-Espião (Spy Smasher) uniram forças contra os japoneses. Os dois demonstraram muito respeito um pelo outro. Vale lembrar que esses dois heróis já haviam se encontrado antes, o Capitão Marvel salvou o amigo de uma lavagem cerebral e depois quando ele foi atirado de um avião em pleno voo amarrado por alemães em Whiz Comics #18 de 1941.

8º) Master Comics #41 de 1943, o Minute-Man se uniu ao Homem-Bala, Mulher-Bala e Capitão Marvel Jr, o quarteto é apresentado como um grupo de heróis da Fawcett (vale lembrar que os quatro apareciam na mesma revista neste período).

9º) America's Greatest Comics #4 de 1942, o Capitão Marvel se reuniu ao Íbis, Taia, Derruba-Espião (Spy Smasher), Lance O'Casey e Flecha Dourada para uma cerimônia (esses personagens eram os que apareciam regularmente na Whiz Comics).

10º) Captain Marvel Adventures #18 de 1942, o Capitão Marvel se juntou ao Capitão Marvel Jr para investigar sobre a descoberta da Mary Bromfield, que se tornaria a Mary Marvel (este foi o primeiro encontro entre os três Marvels).

 Há outro encontro que merece uma menção honrosa, só deixei ele de fora do Top 10 justamente por ser provavelmente o mais conhecido deles (eu preferi colocar os menos conhecidos do público): 

Marvel Family #1 de 1945, o trio Marvel lutou contra o Black Adam recém retornado do espaço.

 E ai conhecia todos esses encontros?